Como não pude me deter para o Morrer


#479

Como não pude me deter para o Morrer –
Ele gentilmente parou a meu lado –
Na Carruagem estávamos apenas Nós –
E a Imortalidade.

Íamos devagar – Ele não tinha pressa
E eu deixara de lado
Meu trabalho e meu lazer,
Por Sua Cortesia –

Passamos a Escola, onde as Crianças lutavam
No Recreio – na Arena –
Passamos os Campos de Cereais Atentos –
Passamos o Sol Poente –

Ou melhor – Ele nos passou –
O Sereno trouxe tremores e frio –
Única Gaze, meu Vestido –
Minha estola – único Tule –

Paramos a uma Casa que parecia
Um Inchaço do Solo –
O Telhado mal aparecia –
A Cornija – um Montículo –

Desde então – faz Séculos – e ainda
Parece mais breve do que o Dia
Em que percebi que os Cavalos
Rumavam para a Eternidade –