#1314
Por estares indo
Para nunca mais voltar
E eu, mesmo absoluta
Teu Rastro posso extraviar –
Como a Morte é definitiva,
Por primeira necessidade
Fique esse instante suspenso
Acima da Mortalidade.
O sentido que cada um viveu
Foi o outro encontrar
Descoberta que nem Deus
Pode agora aniquilar
Eternidade, Presunção
O instante de perceber
Que tu, a própria Existência,
Te esqueceste de viver –
A “Vida que é” então terá sido
Uma Coisa que nunca conheci –
Como o Paraíso fictícia
Se não for o Reino de ti –
A “Vida que será”, para mim,
Um Lar demasiado escasso
Se no Rosto de meu Redentor
Eu não reconhecer teu traço.
A Imortalidade, não duvido,
Com ele eu bem trocaria,
Esvaziada de Tudo por teu Rosto,
Menos d’Ela mesma –
Do Céu e do Inferno também acato
O Direito de se impor
Aos que trocariam esse Rosto
Por seu Amigo de menor valor.
Se “Deus é Amor” como ele admite
Pensamos que deve ser
Porque é um “Deus ciumento”
Como dá a perceber
Se “nele Tudo é possível”
Como ele mesmo tem afirmado
Então há de nos devolver
Nossos Deuses confiscados –